No trabalho, eu era um pé de boi. Trabalhando sempre junto com
meus irmãos, enfrentamos muito pé de vento e trabalhamos debaixo
de muito pé d’água. Tínhamos o nosso gadinho pé duro.
Aos 12 anos, vendo que aquela vida não dava pé, tive uma conversa
ao pé do ouvido com meu pai, quando expus minha intenção de dar no pé
e ir para a cidade. Contrariado, ele reprovou minha decisão, mas finquei
pé e não mudei de ideia. Foi então que botei o pé na estrada e fui
tentar na cidade fazer o meu pé de meia.
Na cidade, quase fraquejei, cheguei a pensar que realmente eu não era um
pé quente. Tudo pra mim era mais
difícil do que para os outros. Não que eu fosse menos capaz, pelo contrário, e
o tempo veio comprovar isso. É que eu nunca quis nada de mão beijada. Sempre
corri atrás do que eu queria.
Comecei com pé firme, por isso todos me diziam que eu tinha começado
com o pé direito. Aos poucos, fui tirando o pé da lama. Então
ninguém mais achava que eu era um pé de chinelo.
Sempre fui um rapaz pé no chão.
Tudo o que eu fazia era em pé de igualdade com muitos colegas. Alguns
deles se tornaram uns pés de cana,
mas eu não. Eu era um verdadeiro pé
de valsa.
Dos chefes que tive, alguns foram pessoas inteligentes, outros, imbecis.
Com esses últimos, tive muitas vezes pés de briga. Por isso, sempre
fiquei com um pé atrás com pessoas assim. Nunca dei pé para
discórdia, mesmo sendo pessoas pés no saco. Se conseguissem, me dariam
um pé na bunda, mas sempre precisavam de mim para salvar suas
imbecilidades.
Comprei um carro novo, com o qual eu poderia sair por aí, enfiando o pé
na tábua, mas, não. Sempre fui prudente e mantive o pé no freio. Por
isso, hoje estou de papo pro ar e de pé pro alto!



Nenhum comentário:
Postar um comentário