quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Metáforas com a palavra 'Pé'

     
Nasci de família pobre em uma casinha de pau a pique, num pé de serra; se na vida não finco o pé, esquecendo que existe o tal pé frio, jamais eu sairia da condição de  pé rapado. Até meus 12 anos, eu era chamado de pé rachado e também fui apelidado de pé de lancha. Meu primeiro calçado foi número 37. Nunca tive problemas de pé de atleta, mas tive muito bicho de pé, o que era comum naquela época.
     No trabalho, eu era um pé de boi. Trabalhando sempre junto com meus irmãos, enfrentamos muito de vento e trabalhamos debaixo de muito pé d’água. Tínhamos o nosso gadinho pé duro.
     Aos 12 anos, vendo que aquela vida não dava pé, tive uma conversa ao pé do ouvido com meu pai, quando expus minha intenção de dar no pé e ir para a cidade. Contrariado, ele reprovou minha decisão, mas finquei pé e não mudei de ideia. Foi então que botei o pé na estrada e fui tentar na cidade fazer o meu pé de meia.
     Na cidade, quase fraquejei, cheguei a pensar que realmente eu não era um pé quente. Tudo pra mim  era mais difícil do que para os outros. Não que eu fosse menos capaz, pelo contrário, e o tempo veio comprovar isso. É que eu nunca quis nada de mão beijada. Sempre corri atrás do que eu queria.
     Comecei com pé firme, por isso todos me diziam que eu tinha começado com o pé direito. Aos poucos, fui tirando o pé da lama. Então ninguém mais achava que eu era um pé de chinelo.
     Sempre fui  um rapaz pé no chão. Tudo o que eu fazia era em pé de igualdade com muitos colegas. Alguns deles se tornaram uns  pés de cana, mas eu não.  Eu era um verdadeiro pé de valsa.
     Dos chefes que tive, alguns foram pessoas inteligentes, outros, imbecis. Com esses últimos, tive muitas vezes pés de briga. Por isso, sempre fiquei com um pé atrás com pessoas assim. Nunca dei pé para discórdia, mesmo sendo pessoas pés no saco. Se conseguissem, me dariam um pé na bunda, mas sempre precisavam de mim para salvar suas imbecilidades.
     Comprei um carro novo, com o qual eu poderia sair por aí, enfiando o pé na tábua, mas, não. Sempre fui prudente e mantive o pé no freio. Por isso, hoje estou de papo pro ar e de pé pro alto!
     O único problema é que o tempo passa e, pelos pés de galinha que vem aumentando em meu rosto, percebo que estou quase com o pé na cova e com passagem só de ida comprada para breve  para a terra dos pés juntos.
           

Nenhum comentário: